Sem servidão, reagir é preciso.
Analisando o contexto dos últimos tempos, principalmente na área da cultura popular, mais precisamente na cena da cultural folclórica de nossa cidade, remeti-me a tempos memoriais de nossa sociedade, e traçei uma analogia entre a figura do coronel de barranco, o seringalista e o senhor feudal.
O monopólio do poder exercido pelo coronel de barranco,
seringalistas e senhor feudal é um tema recorrente em diversas narrativas, seja
na literatura regionalista brasileira, nas histórias sobre os seringais
amazônicos ou nos relatos da Europa medieval. Esses tacanhos senhores, que detinham
uma autoridade absoluta sobre suas respectivas áreas de influência, impondo
suas vontades de forma arbitrária e incontestável.
No contexto do coronel de barranco, figura emblemática das regiões interioranas do Brasil, o poder era exercido de maneira quase feudal. O coronel controlava não apenas as atividades econômicas locais, mas também as instituições políticas e sociais, sendo capaz de influenciar desde eleições até o acesso a serviços básicos. Sua palavra era lei, e os habitantes locais viam-se obrigados a acatar suas ordens sem questionamentos, sob pena de retaliação e violência.
Nos seringais amazônicos, os seringalistas desempenhavam um papel semelhante ao dos coronéis, exercendo domínio sobre os trabalhadores que exploravam a borracha na região. Com o controle absoluto dos meios de produção e das rotas de comércio, esses líderes impunham condições desumanas de trabalho e mantinham os seringueiros em um estado de dependência e servidão.
Da mesma forma, na Europa medieval, o senhor feudal detinha o controle absoluto sobre suas terras e sobre as pessoas que nelas habitavam. Os vassalos, submetidos a um juramento de fidelidade, eram obrigados a cumprir as ordens do senhor feudal sem questionamentos, em troca de pretensa proteção e sustento.
Esses exemplos ilustram como o monopólio do poder pode gerar
relações de dominação e submissão extremamente desiguais, nas quais os
governados se veem obrigados a obedecer às vontades dos governantes sem
qualquer espaço para contestação. O fenômeno transcende fronteiras geográficas
e temporais, revelando padrões recorrentes de opressão ao longo da história da
humanidade.
Em pleno século vinte e um não há mais espaço para tamanha aberração e mesquinharia, não podemos aceitar e permitir que zonas de conforto gerem esse contexto, somos todos livres de arbitrio, inclusive de emitir opiniões próprias. É preciso, justo e necessário reagir a essa severa servidão, deixemos de ser incautos, senão os aproveitadores continuarão agindo como a letra da canção.
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